terça-feira, 20 de agosto de 2019

O HUMOR E AS TRADIÇÕES

Eu poderia intitular este blog como "A Importância e Essencialidade de uma Educação Autêntica, Livre e Democrática" mas, além de ser um título longo, há espaço no corpo do texto para demonstrar o quanto isso é urgente e imprescindível, na vida social e cultural em toda e qualquer parte do mundo.

Já postei, há muito, em um desses blogs, sobre a importância das boas tradições, neutras, que imprimem o caráter de temperança na Cultura Geral da Humanidade ( coloco isso em contraste com a formação de um "padrão único", que tornaria a vida insípida em toda a parte, já repleta de tanta mesmice e inconveniências, de tanto marasmo social e econômico, o que não justificaria, nem permitiria uma viagem divertida, a não ser, quando muito, para apreciar diferentes panoramas e paisagens, variações climáticas e tal, mas a vida urbana seria uma chatice em toda parte do mundo. . . )

Observo, entretanto, que, além de neutras, mais conveniente que que se contate e se conheça bem diferentes culturas e se elimine, em todas elas, os aspectos que causam discrepâncias, desentendimentos e inconveniências na interação cultural e social. E só uma educação livre de qualquer formação cultural, de caráter apenas local ( próprio das diferentes culturas ) e também observo que falta uma autêntica diplomacia, que é, essencialmente, educação.  

No Tibet desenvolveu-se, milenarmente, uma perfeita diplomacia, pela observação do Dharma Cultural, expressão essa que deve parecer grego prá muita gente, e para outros alguma forma de opinião, de invenção local. Mas não. É a mais pura observação da objetividade da vida, de uma verdade constituída pela própria vida e pela existência, mesmo que só poucos filósofos, yoguis e budistas tibetanos a percebam melhor.

Mas estou tratando de algo mais simples, de observações simples, que eventual e mais frequentemente pode ocorrer a qualquer um perceber. Basta o contato com diferentes culturas.

Não preciso repetir aqui os aspectos mais nocivos que devem ser eliminados, de toda e qualquer tradição : as atitudes de oposição e disputa, a competição inter-cultural de militância, o super ego que se forma por uma "supremacia", o apego exagerado, que transforma os demais em "pessoas e práticas erradas", só por não condizer com a sua específica cultura, frequentemente defendendo uma moral ( de formação local, própria dessa cultura em si ) mas em inobservância à Ética da Vida e ao Princípio de Liberdade ( essenciais para a convivência social em qualquer parte do mundo, independente de políticas e governos, independente do que se adotem como práticas, de religião, igreja, raça e cultura ).

E também destaco as boas tradições, de diversificados aspectos até dentro de um mesmo país, de uma mesma nação. Dessas que geralmente associam danças e canções neutras, mas que trazem um grande contentamento geral entre as pessoas que as praticam. Dessas que, mesmo pessoas de outras culturas, que nunca viram antes essa prática, podem participar e compartilhar do mesmo contentamento sem qualquer problema. É essa a característica comum que trás a temperança e a alegria na diversidade das culturas. As tradições que devem ser conservadas.

Mas, nessa postagem em particular, para que não se atenham só aos aspectos nocivos de tantas outras, de fácil identificação, considero a nuance do humor entre as diferentes culturas. Muitas delas, até inocentes em suas práticas, e com aspectos de contentamento e tal, mas sabe como é. . . assim como os regionalismos na fala, tenho observado que o humor é transmitido de uma forma especial, que pode ser interpretado equivocadamente por uma pessoa de diferente cultura, de diferente raça ( podem ser de origem racial também, além da cultural local, regional - nada errado, mas que deve ser observado ).  Certas atitudes aceitas como "brincadeiras", podem não ser bem aceitas por uma pessoa. Certo tipo de humor pode ser encarado com seriedade, e certo aspecto sério ser encarado entre risos e levados no bom humor, até por se livrar de preocupações, seriedades obtusas e tal, que também são inconvenientes. Procura-se mais, nas tradições, a diversão, o aspecto divertido e de contentamento, o aspecto lúdico - isso é essencial, e não regras disciplinatórias.

Então, ao contatar uma diferente cultura, ao visitar um país em que nunca esteve antes, fique atento ao humor, ao tipo de humor e o seu autêntico significado local, à forma de se expressarem. Esse conhecimento é essencial.

E, fechando esse assunto, lembro de um aspecto essencial de uma Educação autêntica, livre e democrática : o bom humor é natural, independente de raça e cultura, e surge naturalmente entre as crianças principalmente. Uma escola de educação autêntica pode admitir, portanto, pessoas provindas de qualquer parte do globo, e desde que os pais saibam bem do que se trata, ao invés de tantas malévolas interpretações por aí, de gente sem conhecimento e ainda se opondo ao que nem sabem do que se trata. De gente que se aproxima com velhos hábitos e malícias de uma má tradição, achando ser isso, o seu padrão cultural, "um padrão mundial e correto", se acham "os donos da cocada", como se diz. E também é comum esse mau hábito de que "o dono da casa sempre tem razão" : uma casa, os visitantes, devem respeitar, sem dúvida, mas isso não justifica inescrupulosidades do proprietário.

Em um ambiente de perfeita educação, de educação autêntica - e há vários Centros Educacionais desses em todo o mundo, em praticamente todas as culturas - uma diplomacia surge espontânea e perfeitamente na interação social e cultural - entre mestres, discípulos, professores e funcionários, entre todos.

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