EXISTE
ALGO MELHOR DO QUE O CASAMENTO ?
Como sempre, não estou aqui
tal um especialista, e nem ditando “receitas de vida” prá ninguém, muito menos
comprometendo pessoas com idéias, sentimentos e opiniões, ou com atitudes : nada
é exigido de você, que compartilha, que acompanha os meus blogs, você não tem a
obrigação de aceitar nada do que estou dizendo.
Entretanto, se você tem a
mente livre e descompromissada de tudo, podemos aprender juntos com a vida,
podemos propor e sugerir um ao outro, dialogar e – principalmente – descobrir a
verdade sobre o que se diz, e verificar o que é melhor para cada um de nós.
Sobre esse assunto – união amorosa,
namoro, casamento, e relacionamento humano em geral – você encontra várias
postagens minhas.
Sobre se o casamento vale a
pena, há muito o que considerar.
Ultimamente, tenho observado, já num simples e inicial namoro, as pessoas –
adolescentes e jovens mais comumente - estão
encontrando dificuldade, desentendimentos, falta de sintonia, etc, produto do
individualismo egóico crescente, que isolam as pessoas, mais do que as unem.
“Ultimamente” que estou
dizendo ( não se atenha a “tempos e prazos”, mas à vida, ao que se passa ), significa
desde os momentos em que começaram a usar palavras – e atitudes – tais como “ficar”,
“catar”, e evitar-se a expressão “namorar”.
Agora, realmente, se formos
observar bem a sociedade como um todo, a forma como a humanidade vem caminhando
( longe da realidade natural e cultural, longe de sua real evolução ) e as
crescentes dificuldades – sociais, culturais, principalmente de relacionamento
humano, em que os sentimentos estão só na cabeça e predominantemente em forma
de estresse e mútua intolerância, raiva, insatisfação, etc – entre as pessoas em geral – com a crescente
violência e falsas soluções ( promessas e mais promessas, como forma de
suportar a vida e os erros crescentes ), casar pra quê, né ?
A sociedade não oferece uma
educação autêntica ( com oportunidade para todos, com responsabilidade autêntica, na razão de ser e no bom senso ), não oferece segurança
social e econômica, no trabalho, na vida doméstica – tudo se tornou um jogo de
influências e de consumismo, de competição, de criação de hábitos cada vez mais ilusionistas e
isolacionistas ( virtualidade, meios eletrônicos como forma de “relacionamento
humano”, incapacidade para as mais simples e naturais realizações na vida, as
pessoas estão divididas demais, são muitos “partidos” políticos e muitas “igrejas
e religiões”, muitas opiniões diferentes que não levam a nada, falta de
consenso social e falta de cooperação, de saberem realizar coisas juntos, prá
dizer o mínimo. . . daria todo um livro, se fôssemos considerar só isso, esse
aspecto medonho em que se tornou a sociedade – em toda parte, entre ricos e
pobres – produto de uma velha tradição que arrastou isso até os nossos tempos,
sem corrigir os seus inúmeros erros, todos vivendo numa espécie de miséria
existencial e só paliativos de "soluções".
Há alguma alternativa, algo
melhor ?
Isso, essa questão,
remete-me diretamente a um grupinho de gente que conheci, como referência, numa
consideração inicial, e também numa proposta que pode se abrir como uma
oportunidade real, de se realizar algo que preste, que seja melhor.
Conheci um pessoal bem
legal, antes mesmo de acabar o período militar ( não estou defendendo aquele
militarismo, nem eram bons aqueles tempos, vistos por esse ângulo – político e
tal )
Entre nós, nunca
houve desentendimentos. Estávamos sempre contentes uns com os outros, a
qualquer momento e circunstância, mas não livres de problemas e muito
inexperientes ainda. E nunca vi, nessa ocasião, independente dessa turminha de
que falo, casais de namorados brigando, se desentendendo.
Entretanto, não recebemos
uma educação autêntica completa, nem tínhamos informação honesta, e evidente, à
nossa disposição. Íamos pelo bom senso, pelo bem querer uns aos outros, por
amar a vida – e nos divertíamos muito entre nós. Era o mesmo período, pouco
depois, das famosas frustrações e decepções nos bailinhos, e à procura de namôros.
E, de uma forma geral, acertada e erradamente, essas uniões de duplas deram em
casamentos.
Só desconsiderar o aspecto da “oficialidade" na formação dos casais, e a
forma tradicional de “celebrações”, entretanto, como muitos descobriram mais
tarde, é insuficiente, incompleto e insatisfatório. Aliás, muito raramente, se
vê noivas de véu e grinalda, desde então.
Então ( estou me arriscando
a mais uma solução ), aqui vai uma proposta a ser considerada – por tantos
quantos – de uma sugestão que já postei, grosso modo, em alguma de minhas
postagens :
Um grupinho de gente, de jovens
e adolescentes, na realidade um grupo social qualquer, que tenha essa qualidade
no relacionamento, de se manterem sempre amigos, de tudo resolverem no diálogo
e no mútuo entendimento, com evidência no que tratam e no que dizem, que estão
sempre contentes entre si, em qualquer condição e circunstância : não
se separem jamais, não se abandonem!
Sei que muitos vão estranhar
uma afirmação dessas : todas as comunidades que conheci, e “repúblicas de
estudantes”, e mesmo as mais estruturadas e “caretas”, no final das contas ( e
até por desapego, o que é saudável nesse aspecto ), “se espirraram”, cada um
para um lado, para uma direção diferente, para uma realidade diferente, para a sua individualidade e isolamento.
Ou porque, entre eles, um e
outro casal ia se formando e, sentindo-se que se bastam a si mesmos, e para
serem “independentes”, constituir uma família e tal, ou por razões de
desentendimentos – muita gente desconhecida se introjetando no meio, “amigo do
amigo do amigo. . .”, ou por desequilíbrio entre os sexos ( geralmente falta de
moças, mais recatadas, mais apegadas à família de origem, e também por
insegurança “vai saber que espécie de caras tem aí”, né ? Gente que só pensa em
sexo e tal, e só atrás disso como uma “finalidade de vida”, entre outras coisas
: são muitas formas possíveis de desentendimentos, dentro e fora do bom senso,
de uma razão de ser.
Correm o risco, também, de
serem “muito disciplinadinhos” e de se reprimirem entre si, inadvertidamente,
tal num Hare Krishna mesmo, que procuram, por um mínimo de regras, se manterem
ilesos de avacalhações e manterem um ambiente – e uma sociedade – saudável e em ordem.
A proposta que tenho, então,
é esta : primeiro, deve existir essa qualidade nos
relacionamentos. Existir, e não “se estabelecer por uma regra”. A relação que se estabelece de início, tem que ter essa intimidade, logo de cara. Uma amistosidade suficiente.
Segundo, devem
usar um espaço suficiente : uma grande casa, com um quintal também grande e
gramado, com plantas e vegetação, preferencialmente num bairro ou vila conveniente
– melhor no campo, longe de aglomerações, mas que não fuja tanto das
praticidades da vida. Esse espaço deve garantir privacidade a todos, e todos
devem ter responsabilidades pelo zelo geral, em todos os aspectos ( isso deve
ser bem dialogado entre todos, aliás, tudo deve ser bem dialogado entre
todos ).
Um grupo assim, mas nem
tanto por isso, tem mais chance de progredirem melhor na vida*, cada um. Os
casais com mais afinidade, que eventualmente se formam, podem se rearranjarem
no espaço, e não precisam se sentir presos aí : são livres para ficarem juntos
onde quiserem. Entretanto, seria interessante que se mantivessem parte dessa
comunidade. Já que a qualidade nas relações é essa amizade geral, sem conflitos,
por que não mantê-la sempre, né ? Não precisa se apegar, “torcer” e tal, não se
trata de algum time, nem de se “fechar para o resto” : qualidade nas relações é
qualidade
de vida, e isso, socialmente, não deve atrapalhar a vida mais
privativa, e nem esta a social, geral.
A autonomia e a independência, a
liberdade de cada um, deve ser preservada.
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* Considere : ao invés de cada um preparar e cozinhar o seu próprio alimento, pode ter uma só cozinha comum , com bem menos gente nessa tarefa. Da mesma forma, um único e grande fogão, alguns que sejam, mas bem menos do que cada um ter o seu, assim também máquinas de lavar : com uma grande, industrial, pode-se lavar a roupa de todos e ainda, se for o caso e isso estiver mais conveniente, oferecer também esse serviço à população de fora, e ganhar um dinheiro mais. Sendo uma casa grande, com um grande salão, pode-se também programar bailes e eventos, e funcionar como uma "Casa de Danças", arranjando alvará de funcionamento e angariando mais um dinheiro com as entradas. Idéias é que não vão faltar, para um grupo desses viver melhor, e não só a respeito de dinheiro.
Tudo, absolutamente toda e qualquer inconveniência que surgir, deve ser devidamente tratada, no diálogo educado, na fala livre, entre todos, no bom senso e na razão de ser. Até encorajados a isso, alguém pode ter o que dizer, mas alguma inconveniência estar impedindo a fala, alguma condição barrando a liberdade e a expressão de alguém.
Tudo, absolutamente toda e
qualquer inconveniência que surgir, deve ser devidamente tratada, no diálogo
educado, na fala livre, entre todos, no bom senso e na razão de ser.
Isso é suficiente, até menos
que isso, entre pessoas inteligentes e realmente amáveis, que amam a vida acima
de tudo.
Sem dúvida nenhuma, deve-se
evitar que se formem “clubes do Bolinha” e “clubes da Luluzinha”, devem existir
aí pessoas de verdade, indivíduos livres e donos da própria vida.
Recomendo, de uma forma
geral, que se inteirem em meus blogs sobre este assunto e outros relacionados,
dentro de uma perspectiva evolucionária, de uma atitude essencialista que é, no
final das contas, a verdadeira Filosofia – e não uma simples matéria escolar,
ainda que se use um pouco de didático, para que se possa considerar bem cada
aspecto da vida e da existência.
* * *
Tudo é importante na Vida.
Ame a tudo e a todos,
Uma pedrinha no caminho,
Um átomo, as estrelas,
A Lua e o Nascer do Sol,
A criança que sorri,
Uma flor, uma árvore,
Uma simples folha,
O dia, as nuvens,
A sua tarefa presente,
O seu interesse,
As suas descobertas
A cada passo,
O diálogo e
A totalidade de ser.
*
Sugestão para um possível uso, de uma prática econômica mais autêntica e com justiça - ( como usar valores, internamente, correspondentes a serviços - principalmente entre os que não estão trabalhando fora, do pessoal de uma Comunidade dessas, e como intercambiar com o dinheiro de uso corrente, do pessoal dessa Comunidade que trabalha fora ) [ você pode também, relacionado a esse assunto, consultar "GLOBALIZAÇÃO DOMÉSTICA", e mais algumas postagens ] :