SALÁRIO
ESTUDANTE JÁ !
Se
for observar, na maioria das empresas, os funcionários não exercem
nem metade do esforço de um estudante, mesmo estando ocupados o
dobro do tempo ( menos que isso, dado que estudantes ainda têm
tarefas domésticas e pesquisas a serem realizadas, trabalhos
escolares a serem entregues )
O
Conhecimento, ainda que seja ministrado inadequadamente – até por
óbvias razões, em certo grau – no Ensino tradicional, parece uma
dádiva dos céus, um direito incrível, interessante, e oferecido a
todos quantos se interessarem suficientemente. Entretanto, mal sabem
os alunos o que os aguardam : quase tudo o que aprendem é inútil na
empresa em que encontram ( e haja burocracia, e mais testes, e
desconfiança, e tantos traços de perfil a serem considerados –
prá não falar do “desemprego” ), por uma bagatela de salário,
para serem explorados, “darem a cabeça” para interesses
empresariais que até desconhecem, no final das contas. As empresas
se apropriam da vida das pessoas, afetam demais as famílias e
destroem a privacidade, a autonomia e a independência das pessoas,
destroem a liberdade, são agentes da falsa economia e, mesmo um
patrão ignorante acha-se “dono do conhecimento”, pois “está
pagando por isso”. A isso são condicionados os alunos, os
profissionais – principalmente os de Cursos superiores. E ainda
acham caro o serviço de um consultor de empresas, de negócios, que
pode promover uma empresa para sempre, e a um ganho muitas vezes
maior ( só um pouco mais que fosse ), e não são valorizados. Podem
promover ecológica e economicamente, o mesmo os serviços de
tecnólogos ( principalmente de sistemas ), que desprezam, desconfiam
e, quando precisam em uma emergência, tentam contar como um
mero“quebra-galho”,sem pagamento, como se fora uma obrigação –
muitas vezes com chantagem, sob o medo do desemprego “se não fizer
o que mandam”. Com a dignidade profissional que adquirem nas
faculdades ( apenas psicológica no final, né ? ), agora até passam
vergonha, diante dessa realidade de um falso poder econômico. Dessa
forma, alunos e profissionais não são donos de si mesmos, estão
submetidos a uma adaptação a interesses alheios, sem muita noção
do que produzem, e o que a empresa em que trabalham promovem para a
sociedade. No Setor Público, os governos querem para si todo o
mérito de uma boa idéia, de algo que solucione um grande problema,
tal o caso das Compras Eletrônicas do Governo, que favorecem a todos
: os setores públicos ( o atendimento mais rápido e seguro, e a
eliminação de desonestidades e abusos ), o governo ( menos gasto e
mais autenticidade, melhor correspondência entre necessidade e
compra ) e os fornecedores ( que recebem mais rapidamente, no ato da
entrega, desde que cumpra com as especificações ) – todos saem
ganhando, menos o idealizador, o criador desse dispositivo, que fica,
quando muito, com um certificado de papel, talvez com uma medalhinha
de ouro, e mais nada. Aliás, desde o término do Ensino Médio,
ninguém está perfeitamente, objetivamente, informado sobre a
profissão que escolhem, nem sabem se é a melhor para si mesmos,
mal sabem do que se trata. Geralmente, acabam escolhendo porque “essa
dá grana”, “essa é bem aceita no mercado, não falta emprego,
não falta oportunidade”. Assim imaginam, assim foram, de alguma
forma, informados e, mesmo assim, essa questão vai do momento, tal
uma moda : em algum período, a “preferência profissional”, a
de maior procura, é diferente – sabe-se lá por que critérios!
Espalha-se que é a que “está dando dinheiro”.
E. . . o que há de qualidade de vida - o que há de melhor, mesmo só considerando o aspecto mercadológico, de produtos e consumo - que não tenha sido por estudos ? quer dizer, por estudantes, né ?