Otimismo sim, em todos
os sentidos e em todos os âmbitos e aspectos da vida e da cultura, mas sem
esconder a realidade.
*
TAMANHA ESTUPIDEZ HUMANA
Nem é preciso
lembrar : aqui, “humana” refere-se à cultura humana, e não à natureza humana,
que não tem nada de estupidez, só porque a mente humana seja vulnerável a
influências e às ilusões que a própria cultura, que a própria mente, cria. É
uma tendência natural aceitarmos tudo “na boa”, presumindo que “está tudo bem”
: assim é a Harmonia Cósmica de tudo o que existe!
Mas, devido a
essa inocência, acaba-se por se criar uma cultura hedionda, aos poucos, sem que
se perceba. Descuidamos da realidade, dos fatos e dos eventos objetivos da vida
– e nos incorremos em muita subjetividade nociva e desnecessária. Por isso é
tão importante o auto-conhecimento, conhecermos o nosso interior, como a nossa
própria mente caminha, como ela forma as idéias e aceita fatos sem evidência.
Mas também é
essencial o aspecto exotérico acompanhar esse esoterismo do auto-conhecimento,
sem o que, faltará harmonia : entre indivíduo e sociedade, entre natureza e
cultura, entre o ser e o existir. Entre Verdade e verdades culturais
engendradas irresponsavelmente, por força de propaganda, de imposição, por
força de repetição constante.
Todas as
igrejas e religiões do mundo – isso tornou-se um padrão, uma tradição, uma
aceitação geral – atribui Trabalho
ao Deus que concebem. Presumem que “Deus está olhando e supervisionando cada
atividade humana e cada coisa que acontece no mundo, no Universo inteiro”. E
vivem pedindo “para Deus fazer isso
e aquilo” na vida delas. Quer dizer, além de tudo, concebem um Deus meio que Escravo, meio que Submisso à vontade delas. E, por humildade, ainda rezam “eu não
valho nada, Senhor, não olhe para minhas atitudes, eu entrego tudo a Ti, faça a
Sua Vontade em minha vida e não deixe que minhas atitudes prevaleçam” – algo
assim. Quer dizer, como se Deus não tivesse concedido inteligência ( e
capacidade de sabedoria ) e iniciativa própria a todos os seres!
“E por si se muove” – dizia Galileu a
respeito do movimento da Terra. Mas essa
falsa inocência acha que Deus está ali, ocupando a sua Mente em ‘segurar a
Terra naquele movimento exato”. Acham mais fácil isso, um Trabalho Geral atribuído a Deus, e a uma tal Vontade, do que atribuir-lhe uma Espontaneidade Cósmica, o Ato da
Criação, a partir do qual tudo o mais flui em Harmonia e eternamente.
E essas
pregações ainda apelam para propaganda
subliminar, como já tive oportunidade de verificar. Esse tipo de propaganda
visa atingir esse aspecto de vulnerabilidade da mente, referido no início desse
texto. Atingir o ponto fraco da mente, do subconsciente humano, que aceita tudo
naturalmente, mas é usado dessa forma, é abusado por essas práticas, é
desrespeitado : a privacidade é desrespeitada e, com isso, a autonomia própria
do indivíduo e a sua liberdade, o que compromete, também, a sua independência, que fica restrita às “normas”
dessas prática, quer dizer, controle externo
e interno do comportamento, imposto de fora.
. . .
O Auto-Crédito* pode prever uma necessidade de controle quanto a quanto
uma pessoa pode consumir, adquirir, de determinado produto, mas não um controle
sobre o quê ela deva consumir, adquirir. Uma comunidade de 100
pessoas, com apenas 100 unidades de determinado produto/artigo disponíveis,
distribuídas desigualmente, pode caracterizar uma injustiça, pois enquanto
umas adquirem 10 desses produtos, outras ficam sem.
Mas, em
certos casos, o quê devam adquirir as pessoas também pode suscitar uma
necessidade de controle : pode ser inconveniente, apresentar riscos e perigos,
o que uma pessoa consome e o que adquire. Uma pessoa que não aprendeu a
manusear direito uma ferramenta, certamente vai produzir um serviço sem
qualidade. Isso, no mais comum. Há casos mais sérios em que esse controle se
mostra necessário. O simples consumo – vamos dizer, de alimentos – deve ser
escolhido pelas pessoas de uma mesma família, o que for melhor para cada uma, e
não, necessariamente, estabelecer-se “um padrão familiar”. Da mesma forma que
escolhem suas profissões, suas atividades, suas ocupações, da melhor forma para
cada uma.
Imagine o
caso de um produto de consumo que vença o prazo em 10 dias. Nos primeiros quatro/cinco
dias, quem não quiser se arriscar a ficar sem, tem o direito a um produto. A partir daí, então, fica
livre para quem desejar consumir mais desses produtos, lembrando que, com o Auto-Crédito*, o valor do produto diminui também com a
aproximação do prazo de validade, o valor é multiplicado pela razão entre os
dias que faltam e o total de dias, nesse caso, 10.
. . .